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Suicídio e o Efeito Copycat

O efeito copycat pode ser definido como uma emulação ou estimulação de outro suicídio, em que a pessoa que tenta suicidar sabe sobre o conhecimento local ou sobre relatos, ou representações do suicídio original na televisão e/ou em outras mídias.


Por exemplo, a pessoa viu alguém se cortar e se corta. Ouviu que alguém se joga do metro e se joga do metrô, viu alguém tomar remédios e cópia o mesmo método.

Um pico de emulação de suicídios depois de um suicídio amplamente divulgado é conhecido como efeito Werther.


Neste contexto, o suicídio publicitado serve como um gatilho - na ausência de fatores de proteção - para o próximo suicídio por uma pessoa suscetível ou sugestionável. Isso é chamado de contágio suicida. Eles ocasionalmente se espalham através de um sistema escolar, uma comunidade, ou em termos de uma onda de suicídio de celebridades. Isso é chamado de cluster de suicídio.


Assim, aglomerados suicidas são causados ​​pelo aprendizado social de comportamentos relacionados ao suicídio, ou "suicídios copiados". Aglomerados de pontos são grupos de suicídios no tempo e no espaço, e estão ligados à aprendizagem social direta de indivíduos próximos. Aglomerados de massa são grupos de suicídios no tempo, mas não de espaço, e são ligados à transmissão de informações sobre suicídios de celebridades através dos meios de comunicação de massa (PASTORE; LISBOA, 2015).


Uma das primeiras associações conhecidas entre a mídia e o suicídio surgiu do romance de Goethe: Die Leiden des jungen Werther (As Dores do Jovem Werther). Logo após sua publicação, em 1774, os jovens começaram a imitar o personagem principal vestindo calças amarelas e jaquetas azuis. No romance, Werther usa uma pistola para tirar a própria vida depois de ser rejeitado pela mulher que ama e, pouco depois de sua publicação, houve relatos de jovens usando o mesmo método para se matar em atos de desesperança.


Isso resultou no banimento do livro em vários lugares. Daí o termo "efeito Werther", usado na literatura técnica para designar suicídios copiados.


Atualmente, observa-se que, cada vez mais, crianças e adolescentes passam mais tempo usando smartphones e computadores, onde estes passam horas assistindo conteúdos dos mais variados.


Com essa geração digital de novos hábitos, dependendo do que está sendo assistido, podem vir a ocorrer vivências de efeitos copycat, ou seja, de “copiar os métodos de suicidio de outros adolescentes”


Em se tratando de suicídio entre crianças e adolescentes, a autoestima baixa, o isolamento e a introversão, de forma que sugira um sentimento de valor próprio baixo ao grau de gerar um sofrimento, pode fazer com que os próprios procurem a solução nas redes sociais, tendo um certo apego aos chamados “influenciadores digitais” da contemporaneidade, que não podem ajudar em relação ao seu sofrimento atual, cujo excepcional interesse é o alcance da fama, pouco se importando com os telespectadores (BRAGA; DELL’AGLIO, 2013).


Neste contexto, desafios que são agora veiculados nas redes sociais estão se aproveitando da necessidade dos jovens por atenção e afeto, fazendo com que os próprios entrem em um jogo sem alternativa para sair. Entre estes desafios, muitos incluem a automutilação e ao fim tirar a própria vida. Assim, diversos jovens entram em um caminho sem volta. Há inúmeras teorias para isso, entretanto, o que não se sabe, de fato, é o que leva um jovem a almejar tirar a própria


É de pleno conhecimento que adolescentes que apresentam insegurança em relação as circunstâncias de sua vida evidenciam maior probabilidade de exibir “sintomas de ansiedade, depressão, pânico, relacionamentos afetivos frágeis, problemas com sua identidade de modo geral, tendo assim mais riscos de desenvolverem transtornos psicopatológicos”.


Os indivíduos que sofrem psicologicamente, que têm algum tipo de transtorno mental, podem ser entusiasmados de forma mais simples, procurando o reconhecimento e a popularidade que podem incidir de circunstâncias como estas. Com isto, a automutilação, que é avaliada como um ferimento ou lesão que uma pessoa causa a si próprio, igualmente trata-se de uma maneira de copycat, na qual são usadas formadas copiadas por outrem.


Muitos pais se preocupam pois observam que seus filhos acompanham grupos de WhatsApp ou Facebook “ensinando” como se cortar ou se matar. E isso realmente é preocupante! Nessa situação, a ajuda de um psiquiatra da infância e adolescência ou um psicólogo é de grande importância!

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